Como posso ficar triste se em 2024 eu...
(Ou sobre como continuou a história da minha busca espiritual)
Há exatamente um ano eu escrevia um texto reflexivo e autobiográfico sobre meu processo de busca espiritual. O texto em si é uma jornada de mais de uma hora de leitura, durante a qual o pobre leitor vai cansar de soltar exclamações silenciosas de angústia e absurdidade. Isso porque busca espiritual significou, no meu caso, descobrir, conhecer, estudar e praticar várias religiões, testar as limitações teológicas de cada e perceber os sinais que me levaram de uma casa a outra. Recomendo pelo menos ler a primeira e última parte (o que economiza 95% do seu tempo) antes de seguir aqui.
Link no Medium (depois eu trago ao Substack)
Em dezembro de 2023 eu estava a poucos passos de me converter ao catolicismo, mas a publicação deixava meu futuro em aberto. Vai que eu mudasse de ideia… Mas o detalhe é que o texto foi escrito entre o Natal e o Revéillon; eu já havia publicado quatro textos autobiográficos com ar de comicidade, e estava em um processo de análise sobre minhas últimas duas décadas de vida para, na quinta e última parte da reflexão, entrar com coice no peito do curioso que estava achando tudo fofo, de tão profundo o mergulho relatado.
Naquele Natal eu passaria apenas com minha mãe. Famílias protestantes, como a minha, não comemoram o Natal tal qual ele é. Amo minha mãe, mas lamentei não estar junto a uma família católica de fato, ainda que não fosse a minha; em 2022, por exemplo, passei com amigos de Campinas, mesa farta, diversas famílias, a criançada correndo em volta da casa, missa e tudo. Em 2023 seríamos só minha mãe e eu, sem nenhum presépio, nenhum sentimento voltado a Jesus. Senti um vazio, uma obtusão festiva, se me permite o trocadilho como inventor de palavras.
Passei dias escrevendo aquele “calhamaço digital”, dando forma às reflexões pós-Natal e pré-re-natais e, no final do último dia do ano — às 20h do 31º de dezembro, para ser exato — publiquei o textão difinitivo “resumido” que contava como eu senti, no meio do caô ayuahasqueiro, o chamado de Nosso Senhor, Nossa Senhora e São Miguel Arcanjo. Pois bem.
Em 2024, uma frase-meme ganhou os stories do Instagram:
“Como posso ficar triste se em 2024 eu…”
Nos stories das pessoas, a frase de abertura vinha seguida de 5 a 10 chamadas, uma para cada tela, acompanhada de fotos e lembranças do ano incrível da pessoa (ou marca, ou empresa). Uma boa ideia para trazer retrospectivas positivas, muita gratidão sincera, um quê de invejinha e um outro quê de desejo mimético em ação.
Eu não quis entrar no #trend do #suavez porque… bem, eu não queria banalizar a coisa. Afinal, que “fim deu” aquele chamado que eu anunciei em 2023?
Eu vou te contar o que aconteceu bem curto e grosso.
Em 4 de maio, às 11h55, na Basílica Nossa Senhora do Carmo, na Liberdade, derramava-se em minha cabeça as águas batismais da Santa Igreja Católica, pelas mãos do Padre Carlos Eduardo Olivieri e apadrinhamento de Felipe Denardi.
Deus quis dar uma graça ao roteiro do dia, pois começamos a cerimônia um pouco atrasados para esperar que o grupo de turistas tagarelas que visitava a linda igreja finalmente fosse embora. A paciência foi providencial, pois, seguida a liturgia sem percalços, assim que terminamos o Pai Nosso, dissemos amém, e tocaram os sinos da igreja, como se celebrando no exato momento da consolidação batismal. Fosse combinado, não sincronizava tanto. Para quem se lembra dos sinais descritos no texto anterior sobre meu anjo da guarda ter um senso dramatúrgico apropriado para minha sensibilidade poética, mais uma vez Deus parecia estar dando uma piscadinha para mim — uma cereja que recebi como detalhe inesquecível naquele bolo de graças.
(Outras lembranças do dia são: o almoço que o próprio padre agitou comigo, o padrinho, minhas irmãs, madrasta e sobrinho, numa cantina moderninha que havia aberto na mesma rua; a volta com o Pedrinho, do qual sou padrinho, pela primeira vez de metrô, fazendo a alegria dos passageiros do primeiro vagão sem motorista; e uma caixa de livros trazidos direto da editora pelo Denardi, o padrinho do padrinho do Pedrinho.)
Tem mais.
Em 30 de maio, numa coincidência esquematizada pelo próprio pe. Carlos, que também tem um senso poético do calendário, eu recebia às 10:40 minha primeira comunhão; a primeira eucaristia, o Corpo de Cristo em pleno Corpus Christi, na capela da Opus Dei no bairro do Itaim Bibi. Presentes estavam alguns professores de artes do Colégio Catamarã e pessoas que foram batizadas pelo mesmo padre recentemente; todos ali convidados apenas para prestigiar aquele estranho, mas bem-vindo; um social arranjado pelo próprio sacerdote, que acabou em almoço juntos.
E mais.
Em 10 de agosto, em um presente que novamente meu catequista (e amigo) preparou como surpresa, por volta das 11h15 eu recebia o crisma, a confirmação da fé, a cruz na testa desenhada com óleo santo pelas mãos do Dom Odilo em pessoa, que, junto a mais dois bispos, confirmou, na Catedral da Sé, mais de 250 crismandos da paróquia Nsa. Sra. do Brasil — e eu de gaiato, tendo ali contato direto com um dos cardeais que simplesmente tem voto na assembleia que elege o novo Papa, tudo sob testemunho de meu padrinho de crisma, o Roger Campanhari.
(Outras lembranças do dia são voltar de carona com o Roger até Campinas para almoçar em sua casa-teatro, brincar com a criançada, ficar para o espetáculo do Grupo Tempo, rever diversos amigos da Unicamp, e depois receber a imensa gentileza de ser deixado em casa, em uma carona providencial que foi arranjada ali no miolo social).
Em resumo, como poderia ficar triste, se em 2024 fui batizado, comungado e crismado?
Podemos parar por aí? Poderíamos. Mas, para além desses motivos individuais que, em si, são comemoráveis como datas determinantes de uma vida — o nascer na fé, premissa da salvação — há também motivos mundanos, e outros coletivos. Primeiro os mundanos.
Em 2024 eu completei 5 anos que moro no Jaguaré, num apartamento ‘tchuthcuco’ (o suficiente para um solteiro, rs) que comecei alugando, e que hoje financio. Num condomínio que adoro, numa região que eu faço quase tudo a pé, que tem acesso rápido por ônibus a duas linhas de metrô e uma de trem, com vizinhança amigável, respeitosa e gentil e cheia de gatos que frequentam minha sala.
Em 2024 não tive doença alguma. Zero, tirando as contusões do Hapkido.
Em 2024 consegui finalmente completar a caixinha para viajar de novo. Passei 6 dias em Fortaleza em junho, 17 em Portugal em outubro. Eu finalmente voltei a pisar os pés em um avião com destino internacional. Além de visitar meus primos, levei minha mãe para bater perna em diversas cidades (infelizmente não em diversas igrejas, mas quem sabe um dia?) e pudemos rever amigos de longa data, tanto ela quanto eu. Conheci de praias lusitanas a capões de neve, de vilas de pedra a pólos turísticos, de cidades históricas a outlets fashionistas, de igrejas dos tempos das navegações a basílicas com menos de cem anos de história; não repeti pratos nem deixei sobrar comida; comi uns dez tipos de peixe e bebi vários nomes de vinho; comi as azeitonas colhidas nas próprias “quintas” e o doce típico de cada café, sempre acompanhado por um abatanado; gastamos menos do que o planejado e torrei a sobra em roupas de qualidade, calçados e presentinhos; visitamos Porto, Maia, Foz e Matosinhos; Braga, Guimarães, Ponte de Lima e Viana do Castelo; Peso da Régua, Lamego, Coimbra e Amarante; Piódão, Seia e Serra da Estrela; Lisboa, Gaia, Cascais e Évora; Tomar e, por fim, Fátima; visitei mais de 30 igrejas, sendo as missas em Viana, Seia, Tomar e, claro, Fátima, duas vezes Fátima — que coisa linda a missa de sábado em Fátima!
Em 2024 tive a chance de trabalhar novamente na mesma equipe, ombro a ombro, com um dos amigos que conheci lá atrás na carreira, e juntos tocamos um projeto integrado de comunicação institucional, relacionamento ao cliente e prospecção. Infelizmente o ano não foi generoso com a empresa, e o projeto de esforço conjunto acabou sendo interrompido, o que significa que deixei a Monstra após seis anos de colaboração. Este capítulo se encerra com minha gratidão desde 2018.
Mas por que colocar isso no rol de “como serei triste se…”? Entra aqui um fator de ângulo. Deixe-me contar de outra coisa, a graça dos motivos coletivos que mencionei há pouco, dar uma volta e retornar ao ponto, para dar detalhes importantes das razões finais das alegrias de meu ano.
Providência quebra-queixas
Desde antes de minha conversão, uma de minhas reclamações ao pe. Carlos era a sociabilidade diminuta que eu vivenciava na Igreja Católica. Eu já vivo enclausurado devido à natureza de trabalho remoto de meus (até então) dois trabalhos; ainda que uma parte de minha personalidade se jubile na mansidão do silêncio produtivo, a outra parte clama por ver gente e construir relações de convívio, mesmo que temporárias. Necessidade esta que o teatro me ajudou a reconhecer, mas da qual eu estava carente há mais de cinco anos, e que nos tempos de vida mais promíscua eu compensava com uso intensivo de aplicativos de relacionamento. Mesmo antes de me converter notei a necessidade de novos grupos sociais, novas caras, novos propósitos, novos rolês — que não depositassem na “pegação” o objetivo da noitada, nem fossem odes aos estímulos sensoriais, em especial na questão da curadoria musical, da moderação dos comes e bebes e da predisposição temática das conversas mais afins. Uma noite nerd de jogos, por exemplo; ou de teatro sem nudez gratuita e lacração, ou de apreciação musical abrangente, quem sabe mais erudita e menos erodida, ou uma tarde cinéfila na casa de alguém com uma boa biblioteca, ou quem sabe um bailinho despretensioso para colocar em prática as aulas de dança de salão — que bem não sairia disso? O importante é que fosse com pessoas assim semelhantes, provas de que dá para existir tal vida social em compatibilidade com a fé que todos que são de fora pensam ser cerceadora, caxias, careta, ou canalha.
Mas meu cenário de opções era estreito. Das opções católicas, os amigos que me influenciaram à conversão moram em outra cidade e já são pais de três ou mais (além de dificultar o encontro, convenhamos de que eles têm muito mais a fazer e se preocupar do que botar o papo em dia). Na outra ponta, na paróquia mais próxima de onde moro, não existe um movimento de confraternização heterogêneo: dos trajes aos gostos e risos, há ali um estereótipo da versão do católico adolescente com os hormônios gritando para casar logo; fora o fato de que em igrejas periféricas, ainda que não sejam de bairros pobres, as preferências também são pouco heterogêneas, pouco refinadas, pouco artísticas, como eu havia notado em suas participações musicais na liturgia da santa missa. Já na outra paróquia, que cheguei a frequentar durante meu processo de catequese, busquei me informar sobre grupos de convivência de solteiros ou casados sem filhos, mas me deparei com um problema semelhante de amostra estatística, ou não chegou ao meu conhecimento que tal movimento exista. Por fim, fui conhecer a paróquia mais requisitada do Brasil, a favorita dos influenciadores católicos e grandes nomes da bolha instagrâmica conservadora; linda igreja, linda homilia, mas, para quem viveu quatro anos no estrato social abastado da ESPM, dá para notar que naquela digna paróquia há certos paradigmas custosos para tentar acompanhar com meu bolso de artista. — A julgar pelo que eu tinha de amostra, aqueles que tiravam sarro de minha demanda particular tinham certa razão de acreditar que a vida social católica era pão, água e carruagem de abóbora, mas nunca vinho, acesso ou hamburgada noite adentro.
Ou seja. Batizei. Crismei. Mas o meio não mudei.
Até que entra em cena um amigo do teatro que fora meu bixo na Unicamp. Já adulto e mais maduro, soube de minha conversão pelas amizades em comum que temos. Sendo hétero, das artes (algo raro) e pouco afeito ao politicamente correto, conheceu anos antes as mesmas carências das quais me queixava, uma espécie de autostracismo, já que sua renda não dependia de abaixar a cabeça para ideologias. Lembrando-se que talvez eu estivesse isolado por falta de opção, Gabriel, em um chamado de anunciação, convidou-me a participar de um coral de música sacra. Embora minha mãe participasse há 16 anos do coral da USP e eu sentisse vontade de praticar algum tipo de música, ou algum tipo de atividade mais colada às artes, eu não tinha até então cogitado estar num coral que cantasse em missas. Mas topei para ver no que dava.
O grupo se reunia no único dia e horário da semana que eu podia, o que deu a calhar como sinal e incentivo. (Por trabalhar em casa, me forço a sair à noite para atividades físicas; é quando vejo gente. Mas a terça estava livre.) A paróquia, embora relativamente pequena em tamanho, tinha uma das melhores famas de todo o país, pois tornara-se gigante de reputação graças ao trabalho dos párocos desde a pandemia — ocasião em que se recusaram a fechar a igreja e, como todo católico corajoso, acabaram atraindo, tocando e convertendo multidões. Desde então ali se confessam mais de mil pessoas por semana, com nove missas aos domingos, tudo sem guitarra, bateria ou canto de aniversário para cativar os mais brutalizados — ou seja, uma vibe generosa, limpa, e muito mais que simpática. Encorajado com tantos sinais positivos, apresentei-me ao regente do coral, fui aceito, e entrei a tempo de aprender o repertório que seria cantado nas missas de Natal.
Como diria outro amigo, este de mais longeva data, minha soltura carismática (ciente do sentido que esse termo tem no meio católico) segue a regra do “gosto adquirido”, ou seja, é com o passar do tempo que começo a ficar à vontade para mostrar as faces várias de minha personalidade sociável. Das amizades aos namoros antigos, meu roteiro sempre seguia a ordem que partia de uma cara séria e pouco à vontade para, devagar, deixar vir o lado brincalhão, trocadilhesco, contador de história e, em último caso, algum tipo de líder. Assim também aconteceu nesse novo grupo de amigos: foram dois meses e meio mais reservado, ficando pouco tempo nas mesas de bar, e três semanas ausente devido à viagem a Portugal, para então muita coisa desabrochar.
Pois quando voltei de viagem aconteceu um fato curioso, um #fail que rendeu frutos. O caso é que eu não consegui celebrar meu aniversário com meus amigos de Osasco. Eu pretendia comemorar no Morisson Rock Bar, mas uma série desastrosa de impedimentos fez com que, ao longo do sábado, um a um, meus amigos avisassem que não iriam. O cachorro de um, a babá de outro, o carro pifado daqui, a cirurgia que complicou dali, a restrição alcoólica do marido, a restrição cólica da esposa, e, quando me dei conta, de doze pessoas, somente duas ainda mantinham a certeza do comparecimento. Ou seria compadecimento? — Porém, naquela tarde eu tinha uma masterclass de canto junto ao grupo do coral. Após o curso, que terminou à tarde, fomos para a tradicional padoca de sempre para tomar uma cerveja e matar a fome. Enquanto eu administrava pelo celular os cancelamentos e já cogitava desencanar de vez de comemorar meu aniversário (segredo no grupo), surgiu na mesa dos coralistas uma papo de irmos para outro lugar e estender a noite. Pensei: “Junto-me a eles, chamo os dois amigos que não tinham desconfirmado, celebro os anos (em segredo), e de quebra conheço um pouco mais dessa galera.” — Decisão certeira de feliz!
Após a ocasião, viram que, apesar das primeiras impressões, eu era mesmo “do rolê”, e desde então aquela minha demanda social foi contemplada graças aos diversos convites que se seguiram em quase todos finais de semana. Na parte mais imediata do convívio, portanto, há novas amizades que realizam noites de hamburgada, de filme, de jogos, de dança, de cinema, de Reveillon, entre outros, e entre papos que, de altos a baixos, nunca foram inadequados em termos de evitar ocasião de pecado, nem militantes da bolha escrupulosa que mede a altura de saia. Até padres de alto nível teológico conosco dividiram pizza, tomaram cerveja e compartilharam trilhas no Spotify. Só Deus sabe o quanto eu ansiava por programas assim. E em uma conversa que tive com um dos membros nucleares do agito, descobri que o Coral Cêntuplo surgiu também por causa dessa demanda comum. Uma necessidade que fora levantada há décadas por um padre simpatizante e ferrenho promotor do convívio de católicos, especialmente artistas e amantes das artes em geral, e que mantinha seu ideal vivo graças a ações como esta, de juntar pessoas para cantar em coral na missa e, ato contínuo, fomentar a troca, a conversa, o riso, a presença, o entretenimento em grupo e tudo o que potencialmente pode surgir dessa mistura.
Já na parte mais profunda (e agora retomando ao ponto de onde parti para dar toda essa volta afetiva), a experiência de voltar a ensaiar um texto, de levantar uma apresentação, de movimentar um grupo em torno de algo comum e, claro, de apresentar ao vivo — especialmente numa ocasião para glorificar o nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo — preencheu de significado aquele Natal que antes estava vazio em meu peito. Mais ainda foi perceber esse sentido durante o canto, nas próprias paróquias, nos rostos dos presentes de mais diversas idades e graus de escolaridade, enquanto minha garganta fazia um nó espelhando os rostos emocionados de quem há tempos não ouvia o soar purificante de uma composição sacra para o instrumento vocal humano. Terminadas as três apresentações, fui convidado para cantar no Natal de fato, como parte da liturgia das missas da véspera e do Dia da Encarnação do Verbo. Mal tínhamos recuperado da correria do fim de semana e já estávamos, parte da malta, ensaiando para mais três cantorias. Eu sabia que passaria o dia 24 sozinho porque nos dois lados da família não haveria sequer um jantar com três ou mais pessoas, então decidi que sim, ia dedicar meu Natal e celebrar cantando a Jesus, e aquela seria minha fartura de ceia. Dizem que, quem canta, reza duas vezes. E foi assim meu Natal: rezando muitas vezes, e profundamente grato por ter passado noite e dia louvando-O.
Como posso ficar triste se em 2024 eu ceei na liturgia do meu primeiro Natal como católico?
Aquela notícia de rescisão de contrato na agência fora dada alguns dias antes das apresentações. Foi um corte amigável, por motivos financeiros, não pessoais ou de perfomance. Ainda que eu tenha as traduções de livros como fonte complementar de renda, dobrar a produção para ocupar todo meu dia totalizaria apenas dois terços do que eu recebia antes. Foi meu primeiro pé na bunda de carreira. Mas não permiti que aquilo me abalasse por tudo isso que relatei. Para falar a verdade, pouco me abalou, pois, ao mesmo tempo, tudo pareceu providencial. Estou dizendo isso ainda sem ter encontrado fonte substituta porque simplesmente eu, ao que parece… creio. Creio que Deus proverá; creio que Deus colocará o degrau se eu der o primeiro passo; creio que Deus talvez tenha dado um empurrãozinho para que eu voltasse a buscar trabalhos que sejam favorecidos pelos talentos que Ele meu deu, ou que favoreçam a multiplicação, em vez de seu esconderijo, tal qual contada na parábola de Jesus; creio que se eu me manter rezando, buscando conselho no Evangelho e em comunhão com Cristo, e honrar meu tempo oferecendo-o a Deus, a provisão virá. Este é o ângulo. Tirando a preocupação com as outras pessoas cortadas na mesma leva, o abalo da notícia foi pouco. É uma nova chance. E tudo isso acontecendo ao mesmo tempo que tudo se renova no Espírito Santo: o futuro, a carreira, os círculos de amizade e as potencialidades artísticas, dramatúrgicas de tantos encontros e convívio.
Como ficar triste?
A você que chegou até aqui, desejo que a Esperança, a Fé e a Caridade estejam sempre fortalecidas em sua alma de 2025 para frente, se Deus quiser!
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